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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Paralelos

Naquela tarde, vazia de obrigações
Pensando em você, tornei-me gozo
Tornei-me jorro

Jorrei, como você pede,como você gosta,
Ou precisa
Talvez como eu precisaria
Ou gostaria, de precisar
Como eu gostaria de gostar

Para te ter, preciso não ser
Para te dar, preciso não estar
Para me entregar...preciso te amar

Esdrúxulo paradoxo de que foi feito nosso caso
Feito por acaso,no encontro de ocasos
Construído nos sulcos, nas brechas da vida,
Dos afazeres, das obrigações

Não se tornou vital, nem banal
Talvez, um pouco venal...

Não te acho em lugar nenhum.

No encontro de nossos corpos
Passageiros clandestinos escondem-se
Em vão, nos vãos obscuros de nossas almas
Para não serem vistos, descobertos, deportados.

Periga perder-mo-nos de nós mesmos.

Estranho momento do encontro,
Num desesperado desencontro
Não sabes quem és
Não sei quem sou                        

Paralelos



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