Seguidores
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
A um menino sem paz
Lá
Para onde foste
Com o intuito de
Sei lá
Espero que tenhas encontrado
A paz, que nunca teve
O amor, que nunca conseguiu
A esperança, que nunca achou lugar
A compreensão, fugidia e vazia
Foste cedo demais, para nós
Provavelmente,muito tarde, para ti
Escolheste o caminho
Marcaste tua decisão
Nenhuma dúvida pairou
Da criança risonha
Ao rapaz
Tacicurno, colocado de lado
Vácuo
De calor
De amor
De horror...
Por onde andaste?
Por que dor passaste?
Por que não ficaste?
Aonde estávamos?
A memória
A dor
A culpa
De não termos sido
De não termos podido ser
O que precisavas
Para continuar a viver
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
domingo, 22 de novembro de 2009
RAIOS
Não me nego
Nem renego
Quem se dá
Não escrevo porque gosto
Sim porque preciso
Falar de coisas minhas
Me expor sem perceber
Guardar aparências
Desnudando conteúdos
Aonde veem o deserto
Está plena a luz
Aparece o que importa
Minha vida é falar,dizer,escrever
Marcar o ponto,fazer a luz
tempo ruim
Tempos soturnos,aqueles dos coturnos
Crianças sem pais, crianças sem paz
Brincavam de guerra, contra o inimigo atroz
Brincadeira custosa, de vida e de dores
Das bolas de gude às balas de fato
Coragem,ousadia
Inocência nos atos
Tempos obscuros
Por onde a memória hesita
Enquanto partiam, com armas de guerra
Outras pariam,crianças promessas
Partos
Rasgando infâncias devastadas
Partidas
Encerrando infâncias adulteradas
Foram e não voltaram
Não foram, também não ficaram
Nem foram, delataram
Vieram e ficaram
Tempos obscuros
Lembranças de vidas passadas
Perdidas
Tormento pelo não conquistado
Conquistado e perdido
Perdido,partido e jamais visto
As crianças, a vida, a morte
Poesia pesada,passada e reverberada
Estremecem ofegantes
Suspensas,Aflitas
Vida versus Morte
Morte pesada,
Marcadas para sempre
Sempre
Nada justifica
Bandeiras,credos,fronteiras
NADA
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Vão
A gente inventa dores,inventa cores
Para colorir,suprir o vazio
Inevitável da consciência
Incongruência...
Preocupações absurdas,tolas,inevitáveis
Tudo tão raro,tão claro,tão efêmero
Bobeiras,doideiras
Gritos,ritos
Coisas hediondas
Falar mal do vizinho...
Tão bom ser torto...o outro
Tão bobo ser torto...o outro
Nada é torto
Nada é bobo
Nada é fantástico
Tudo é só
Bobeira e só
Vácuo
De pés para o alto
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Quadrinhas para um rapaz nascente
Eis que aparece o rapaz
Por trás dos olhos do menino
Onze anos desejados
"Já posso ir à matinê..."
Deixando prá trás a infância
Em busca de seu querer
Segue menino querido
Vai na confiança de Deus
Não se perca no caminho
O olhar, sempre nos "seus"
Quando a noite se impuser ao dia
E o escuro se fizer
Lembre-se dessa vó querida
Que tanto tanto te quer
Siga em frente com cuidado
Mas sem arrefecer nem "dar ré"
Pois no fim da empreitada(vc sabe)
"Tudo tudo tudo vai dar pé"
Te amo.
Viagem
A paisagem passa célere
Meus pensamentos vadios
Vão a lugares passados,algures,além
Vacas,árvores,casario,gente que passa
Vindos daonde,para,quem sabe;ninguém
Curvas,subidas,vidas
Descidas assustadoras
Pontes,retas,tédio
Passagens comprometedoras
Paro naquela lembrança
Avanço rumo a outrem
Preocupações rotineiras
Súbito me assaltam também
Tudo passa e gira
Caleidoscópicamente
A estrada infindável
Rola pacificamente
Estrada de tantos caminhos
Estrada de tantos carinhos
Estrada que me leva à vida
Estrada que me tira da lida
Todos juntos,separados
Na verdade,integrados
Parte de momento comum
Rumo a lugar nenhum
Rumo aos sonhos sonhados
Rumo a destinos marcados
Rumo a tristezas sem fim
Ou momentos tanto desejados
Enquanto a vida passa
E tudo acontece
A criança dorme
Tranquila e serenamente
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Fantasia
Na ânsia de respostas
Pergunto
Na ânsia de calar-me
Escuto
Na ânsia de saber-me
Procuro
Perguntando,escutando,
Procurando, fora de mim
No mundo saturado
Esgotado
De saberes,deveres
Obrigações e ruído
Tarefas cumpridas
E arquivadas
Deveres
Obrigações realizadas
Dedicação comprovada
Nova hora,antigo ser
Enfim emerge,para poder
Finalmente,SER
domingo, 8 de novembro de 2009
Neblina
Aproxima-se para afastar-se
Interessa-se,para desdenhar
Andar felino
Faro canino
A música me envolve
Rodopia,sacode
Flores surgem do vazio
Preenchendo espaços
Vácuo
O ar falta
A noite desce
Vais
Vou também
Pra outro lugar
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Olhos
Me olhas,finalmente,fixamente
Olhos de ontem
Paralisado,a fitar-me eternamente
Olhando pela janela o futuro
O depois,o por vir
Olhos de ontem
Paralisado,a fitar-me eternamente
Olhando pela janela o futuro
O depois,o por vir
Tristeza de um quase sorriso
Impossível de existir
Onde nada existia
Belo, jovem, ousado, vigoroso
Outros olhos também me fitam
A cuidar,prevendo...
Belos olhos,belo rosto,belo ser
Suavidade.Tempo.Vida
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Vista de cima
No alto da montanha,só, fico
Vendo,cá do alto
Pessoas vestidas para a festa
Festa da qual não quero o caminho
Festa na qual ainda não sou
Muita roupa,e eu nua
Muita pompa,e eu sua
Muito zêlo,e eu, apelo
Palavras,significantes,significados...
Ora,raios!Por que tão errados?
Errados na pompa,na sombra,na luz
Faz parte do clube?
Fez parte do lume?
Com o que te reluz?
Apareço,quando posso
Por entre deveres,afazeres,saberes
E,por que não?
...dizeres
Saberes do fato,do ato marcado
Dizeres de fato,permeados de fatos
Da vida das coisas,sem muita procura
Entrados no ser,mantido em clausura
Não sei se festejo
Ou lamento
Não sei se procuro
ou desisto
Desisto de acenar,tentando mostrar
O que não interessa ver
O que subverte,desalinha,desautoriza
Espontâneo que é
assim me vejo
Desnuda,completamente vestida
Pronta para a festa,excitada,feliz
Sonhos acalentados,mimados,embalados
Pronta para o que vem,para o que tem
Não vejo porém meu reflexo
O que sou
O que dou
Que ganho, que trago?
Retalhos de vidas
Promessas devidas
Intimidade de seres
Pedaços de saberes
Risadas,extertores
Muito frio
Poucos cobertores
Momentos felizes de muitas matizes
Momentos solenes
Que ficam,perenes
E eu,vou lá
Por não saber,vou lá
Por não querer,vou lá
Para não ficar
Assinar:
Postagens (Atom)