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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Parto

Caí num buraco sem fim
Amplitude negra qual útero obscuro.
Vinda da luz,numa trajetória inversa
Àquela do nascimento.
Será a morte, então?
Caminhos transversos.

Lá dentro, não choro.Falta-me o ar.
Nada vejo-- angústia profunda.

Sons abafados,murmúrios imcompreensíveis.
Vejo,pressinto a saída.Trabalho árduo,
parto doloroso.De novo.

Todos se movimentam,cada qual com seu texto,
com seu papel definido e tranquilizador.
E eu, quanta dor.

Ninguém me vê.Eu olho.
Procuro não sentir,tento,
por imobilidade,na invisibilidade,
sobreviver.

Calores de raiva.De impotência,
de frustração,de decepção...,ai.
31/05/2002

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