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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Humanidade


Minha pátria,é o mundo
Minha língua,a que a alma entende
Minha dor,dores comuns
Alegrias,por onde elas se estendem

Sou da terra,vim do ar
Feita de fogo e  água
Muitas vezes, barroca
Raras outras, bem louca

Tenho gosto de mato
Cheiro de amanhã
Torço por tudo que encanta
Bem longe da coisa malsã

Rio que cai em cachoeira
Colorida,preciosa
Muita espuma,correnteza
Bela e perigosa

Ave caída do ninho
Filhote perdido da mãe
Peixe apanhado na rede
E,morto,devolvido ao mar

Sem fronteiras,nem divisas
Sigo por onde dá
Ao meu lado,segue comigo
Aquele que comigo está

Caminhamos rumo ao nada
Procurando um saber
Livres, vazios, inchados 
Rumo àquele alvorecer

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Os dois lados da questão

Esse artigo,do globo de terça passada, fala da parte financeira,de custos e benefícios, da usina.
Para saber,do que eles não falam,que é o custo ambiental e social,Acessem o blog

DOROTHY VIVE SEMPRE!


É IMPORTANTE SABERMOS!

O Globo,27/01 2010

Caminho


De tudo quanto andei
De tudo que vi
Do tanto que falei
Das coisas que ouvi


Uma coisa me norteia
E me permeia

O âmago de ser
O interno do ser

Lá,onde estão minhas dores
Nossos sabores
Todos os valores

Lá,onde vivo,exclusa de mim
Exposta a mim
Disposta por mim

Onde fica o ponto intranquilo
Buscado,percebido e perseguido
Lugar de todos os encantos
Encontros e conexões

Daonde posso partir,feliz
Uma vez tenha chegado

Está lá,aqui,me aguardando
Me convidando

Nem sempre posso vê-lo
Através desse casulo escuro
É preciso luz
Para que se possa ser

No escuro...
Me perco

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Fabricando arco íris


Momento maravilhoso
Quando temos o poder

De ser
De fazer
De crer

E somos
E fazemos
E acreditamos

Construímos arco íris
Misturando-nos às suas cores

Construímos castelos e histórias
Nos embrenhando em seus labirintos

Construímos amor
Usando a cor
Os castelos e as histórias

E nos encharcamos dele

Vivemos tudo agora
Tudo afora
Tudo,embora

Às vezes,alguns
Chamam isso

Loucura

Chamo
Poder

De ser
De fazer

De crer

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Alegria enfileirada (da série:Poema Visual)

Precisa falar alguma coisa?
(ainda em ritmo de finzinho de férias)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Carnaval,obviamente...


"Carnaval,esperança,que gente grande volte a ser criança..."
Com muuita alegria,paz e responsabilidade.
Bom feriado para nós!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Vida na roça,pura alegria!


O galo era do vizinho
Passou para o lado de cá
Correria,gritaria
Quase virou jantar

Escapou dos cachorrinhos
E também do cachorrão
Fugiu das garras do gatinho
Mas quase virou um sopão

O caseiro
Bom sujeito
Com paciência o cercou

E de cima de seu telhado
Para o outro lado
O arremessou

FOI UMA FESTA!!!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

 Fugindo totalmente ao padrão,mas é como se fosse minha vida também.E escrito de uma maneira que eu própria faria,clara,serena,e lúcida.
É importante sabermos,e pensarmos.


Caros generais, almirantes e brigadeiros
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Segurança Pessoal e Direitos Humanos
Marcelo Rubens Paiva   
Qua, 03 de fevereiro de 2010 10:14

Marcelo Rubens Paiva
Marcelo Rubens Paiva
Eu ia dizer "caros milicos". Não sei se é um termo ofensivo. Estigmatizado é. Preciso enumerar as razões? Parte da sociedade civil quer rever a Lei da Anistia. Sugeriram a Comissão da Verdade, no desastroso Programa Nacional de Direitos Humanos, que Lula assinou sem ler. Vocês ameaçaram abandonar o governo, caso fosse aprovado.
Na Argentina, Espanha, Portugal, Chile, a anistia a militares envolvidos em crimes contra a humanidade foi revista. Há interesse para uma democracia em purificar o passado.
Aqui, teimam em não abrir mão do perdão. E têm aliados fortes, como o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que apesar de civil apareceu num patético uniforme de combate na volta do Haiti. Parecia um clown.
Vocês pertencem a uma nova geração de generais, almirantes, tenentes-brigadeiros. Eram jovens durante a ditadura. Devem ter navegado na contracultura, dançado Raul Seixas, tropicalistas. Usaram cabelos compridos, jeans desbotados? Namoraram ouvindo bossa nova? Assistiram aos filmes do Cinema Novo?
Sabemos que quem mais sofreu repressão depois do Golpe de 64 foram justamente os militares. Muitos foram presos e cassados. Havia até uma organização guerrilheira, a VPR, composta só por militares contra o regime.
Por que abrigar torturadores? Por que não colocá-los num banco de réus, um Tribunal de Nuremberg? Por que não limpar a fama da corporação?
Não se comparem a eles. Não devem nada a eles, que sujaram o nome das Forças Armadas. Vocês devem seguir uma tradição que nos honra, garantiu a República, o fim da ditadura de Getúlio, depois de combater os nazistas, e que hoje lidera a campanha no Haiti.
Sei que nossa relação, que começou quando eu tinha 5 anos, foi contaminada por abusos e absurdos. Culpa da polarização ideológica da época.
Seus antecessores cassaram o meu pai, deputado federal de 34 anos, no Golpe de 64, logo no primeiro Ato Institucional. Pois ele era relator de uma CPI que investigava o dinheiro da CIA para a preparação do golpe, interrogou militares, mostrou cheques depositados em contas para financiar a campanha anticomunista. Sabiam que meu pai nem era comunista?
Ele tentou fugir de Brasília, quando cercaram a cidade. Entrou num teco-teco, decolou, mas ameaçaram derrubar o avião. Ele pousou, saltou do avião ainda em movimento e correu pelo cerrado, sob balas.
Pulou o muro da embaixada da Iugoslávia e lá ficou, meses, até receber o salvo-conduto e se exilar. Passei meu aniversário de 5 anos nessa embaixada. Festão. Achávamos que a ditadura não ia durar. Que ironia...
Da Europa, meu pai enviou uma emocionante carta aos filhos, explicando o que tinha acontecido. Chamava alguns de vocês de "gorilas". Ri muito quando a recebi.
Ainda era 1964, a família imaginava que fosse preciso partir para o exílio e se juntar na França, quando ele entrou clandestinamente no Brasil.
Num voo para o Uruguai, que fazia escala no Rio, pediu para comprar cigarros e cruzou portas, até cair na rua, pegar um táxi e aparecer de surpresa em casa. Naquela época, o controle de passageiros era amador.
Mas veio a luta armada, os primeiros sequestros, e atuavam justamente os filhos dos amigos e seus eleitores - ele foi eleito deputado em 1962 pelos estudantes.
A barra pesou com o AI-5, a repressão caiu matando, e muitos vinham pedir abrigo, grana para fugir. Ele conhecia rotas de fuga. Tinha um aviãozinho. Fernando Gasparian, o melhor amigo dele, sabia que ambos estavam sendo seguidos e fugiu para a Inglaterra. Alertou o meu pai, que continuou no País.
Em 20 de janeiro de 1971, feriado, deu praia. Alguns de vocês invadiram a nossa casa de manhã, apontaram metralhadoras. Depois, se acalmaram. Ficamos com eles 24 horas. Até jogamos baralho. Não pareciam assustadores. Não tive medo. Eram tensos, mas brasileiros normais.
Levaram o meu pai, minha mãe e minha irmã Eliana, de 14 anos. Ele foi torturado e morto na dependência de vocês. A minha mãe ficou presa por 13 dias, e minha irmã, um dia.
Sumiram com o corpo dele, inventaram uma farsa (a de que ele tinha fugido) e não se falou mais no assunto.
Quando, aos 17 anos, fui me alistar na sede do 2º Exército, vivi a humilhação de todos os moleques: nos obrigaram a ficar nus e a correr pelo campo. Era inverno.
Na ficha, eu deveria preencher se o pai era vivo ou morto. Na época, varão de família era dispensado. Não havia espaço para "desaparecido". Deixei em branco.
Levei uma dura do oficial. Não resisti: "Vocês devem saber melhor do que eu se está vivo." Silêncio na sala. Foram consultar um superior. Voltaram sem graça, carimbaram a minha ficha, "dispensado", e saí de lá com a alma lavada.
Então, só em 1996, depois de um decreto-lei do Fernando Henrique, amigo de pôquer do meu pai, o Governo Brasileiro assumiu a responsabilidade sobre os desaparecidos e nos entregou um atestado de óbito.
Até hoje não sabemos o que aconteceu, onde o enterraram e por quê? Meu pai era contra a luta armada. Sabemos que antes de começarem a sessão de tortura, o brigadeiro Burnier lhe disse: "Enfim, deputadozinho, vamos tirar nossas diferenças."
Isso tudo já faz quase 40 anos. A Lei da Anistia, aprovada ainda durante a ditadura, com um Congresso engessado pelo Pacote de Abril, senadores biônicos, não eleitos pelo povo, garante o perdão aos colegas de vocês que participaram da tortura.
Qual o sentido de ter torturadores entre seus pares? Livrem-se deles. Coragem.
Marcelo Rubens Paiva é escritor
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100130/not_imp503836,0.php

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Caleidoscópio


Ando muito
Um dia embaixo
Outro no alto

Faço isso fisicamente

Ela traz o movimento
Dentro de si

Conecta-se
Desconecta-se

Fica conosco

Outro momento
Naquele mundo inacessível
Pra onde vai
E sofre

Ou não

Quem pode saber
Quem sabe dizer...

Fico perto
É tudo que posso fazer

Que o nosso cuidado te sirva de sustento
E o nosso amor de alento
Nos momentos mais confusos
 

Até que a luz volte se fazer
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